Olá pessoas.
Estou disponibilizando para vocês um projeto de ensino que elaborei como trabalho de minha faculdade. Espero que gostem.
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Reciclagem - preservação do meio ambiente.
Educação Ambiental.
Projeto de Ensino apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR,
como requisito parcial para a obtenção do título de Pedagogo.
Orientador: Prof. Bernardet
Strang.
RAPHAELA, Erisany Moura. Reciclagem - Preservação do Meio Ambiente: Educação Ambiental. 2015. Número
total de folhas. Projeto de Ensino (Graduação em Pedagogia) – Centro de Ciências
Exatas e Tecnologia. Universidade Norte do Paraná, Murici, 2015.
RESUMO
O
referido projeto, cujo o tema é "Reciclagem - Preservação do Meio
Ambiente" visa a resolução dos problemas ambientais intrínsecos ao meio
ambiente no qual estamos inseridos, buscando propostas embasadas em autores
consagrados, a fim de encontrar possíveis soluções para a resolução contundente
dos referidos problemas. Como recursos principais utilizaremos apenas o
professor e o âmbito escolar, pois é na escola que formam-se cidadãos.
Palavras-chave: Meio
Ambiente. Reciclagem. Educação Ambiental. Consciência Crítica. Lixo.
O seguinte projeto dispõe de
maneira concisa, objetiva e abrangente, propostas acessíveis que irão instigar
o envolvimento da comunidade escolar, no processo de reciclagem e cuidados com
o meio ambiente. O mesmo será realizado em vários períodos, tendo duração média
de 25 dias, ou contínua, de acordo com as necessidades observadas no decorrer
do seu desenvolvimento, e não só pode, como deve, ser trabalhado também com a
comunidade externa.
A máxima do referido projeto
é: "A preocupação com o meio ambiente deve ser de todos nós". É de
vital importância conscientizar as crianças que incentivar a preservação e
combater a devastação é prática e dever de todos nós e não apenas dos adultos.
"Com a
introdução da Educação Ambiental nas escolas de forma eficiente espera-se
transformar alunos com comportamentos ecologicamente corretos, e
conseqüentemente uma sociedade ecologicamente sustentável" (VIÉGAS, A. et
al.2004).
O
equilíbrio da natureza é essencial para a vida na terra. E para reverter a
situação precária e a degeneração de nosso planeta, nada melhor que um projeto
que trate desse tema e promova o engajamento na busca de soluções para
preservar o meio ambiente. Tornar os alunos cientes da situação em que se
encontra nosso planeta é de suma importância para fazer de forma indireta,
surgir um olhar diferenciado por parte deles para com a realidade lamentável na
qual estamos inseridos.
Objetiva-se
incentivar a promoção de ações concretas e positivas, direcionadas à mudança de
hábitos negativos, que por ventura estejam sendo executados pela comunidade
escolar e/ou externa. Além de aguçar o espírito reflexivo, responsável e
participativo dos discentes.
A fim de alcançar os
objetivos propostos, será desenvolvido trabalhos em grupos e individuais, onde
os alunos terão a oportunidade de elaborar jornais que tratem sobre o assunto
"Reciclagem e Preservação do Meio ambiente" e distribuí-los para a
comunidade escolar e externa.
Os alunos serão orientados a: elaborar palestras
e paródias com a finalidade de tornar a divulgação e conscientização acerca do
tema tratado, mais ampla e atrativa; fazer oficinas de reciclagem com garrafas
PET a fim de ensiná-los a reciclar o lixo e cuidar do planeta; realizar tarefas
orais e escritas em sala de aula, utilizando-as como meio de transformação;
entrevistar os profissionais que coletam o lixo da comunidade; montar cartazes
e expor os mesmos dentro e fora da escola; e organizar e apresentar peças
teatrais com o objetivo de alertar o público sobre a importância de preservar o
meio ambiente. Deixá-los conscientes de que é o homem que polui quando joga
lixo no chão, nas águas e desmata as florestas, e que para que essa realidade
mude e nosso planeta permaneça vivo, só depende de nós.
Para fixar tais conceitos e
alcançar os objetivos propostos, trabalharemos os seguintes conteúdos:
·
O Lixo que produzimos: com incentivo à reciclagem e
aproveitamento de materiais orgânicos e inorgânicos;
·
Reflorestamento e consciência ambiental: conhecer o prejuízo
causado a natureza com o desmatamento da floresta amazônica;
·
O lixo pode ser luxo - reciclagem: identificar a importância
da reciclagem e identificá-la como transformação de lixo em luxo.
A avaliação será feita de
forma processual conforme a participação dos alunos nas atividades. Também será
observada a mudança de postura do aluno frente as questões do meio ambiente,
além da aplicação de alguns instrumentos avaliativos como questionários,
confecções de cartazes, pesquisas, dentre outros.
2 Revisão
Bibliográfica
A
Proposta do tema "Reciclagem - Preservação do Meio Ambiente" na
educação infantil, traz a tona a importância da formação crítica e conservadora
desde a infância. De acordo com BUJES (2001), a criança vive um momento
fecundo, em que a interação com as pessoas e as coisas do mundo vai levando-a a
atribuir significados àquilo que a cerca.
Fomentar as
crianças a conhecer os problemas ambientais e sensibilizar durante sua formação
é muito mais vantajoso do que deixar as crianças sem conhecimento e quando
adultas poderá desmatar e poluir para garantir sua sobrevivência sem saber as
conseqüências de seus atos (VIÉGAS, et al.2004).
Parafraseando
Reigota, podemos dizer que:
...a educação ambiental
na escola ou fora dela continuará a ser uma concepção radical de educação, não
porque prefere ser a tendência rebelde do pensamento educacional contemporâneo,
mas sim porque nossa época e nossa herança histórica e ecológica exigem alternativas
radicais, justas e pacíficas. (1998, p. 43).
No
entanto cuidar do meio ambiente e tentar resgatá-lo do caos, não deve ser
apenas um "querer", uma "vontade". Há, antes de tudo, todo
um caminho a ser trilhado onde o guia é o professor.
No
artigo 225 da constituição Federal existe a seguinte abordagem:
Todos têm direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à
qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. BRASIL (1988).
Por
isso a importância de sensibilizar os alunos a agirem de modo responsável e
consciente frente aos problemas ambientais de nosso planeta terra. Muitos dos
valores inerentes ao meio ambiente passam despercebidos no âmbito familiar, por
este motivo a escola fica com a incumbência de desenvolver no aluno a
preocupação de conservar um ambiente saudável para o presente e o futuro.
Para
Herman (1992, pág. 14), quando se fala em Meio Ambiente, a tendência é
"pensar nos inúmeros problemas que o mundo enfrenta com relação à questão
ambiental: lixo, poluição, desmatamento, espécies em extinção e testes
nucleares são dentre outros, exemplos de situações lembradas". Porém o
meio ambiente como tudo na vida, também tem seu lado bom (ou o que resta dele),
e a preocupação está tão focada nas questões negativas que esquecemos de cuidar
do que ainda está preservado e precisa manter-se tal qual.
Ainda
sobre a introdução do meio ambiente na escola, tomando como referência Vigotsky
(apud Tamaio, 2000) pode-se dizer que um processo de reconstrução interna (dos
indivíduos) ocorre a partir da interação com uma ação externa (natureza,
reciclagem, efeito estufa, ecossistema, recursos hídricos, desmatamento), na
qual os indivíduos se constituem como sujeitos pela internalização de
significações que são construídas e reelaboradas no desenvolvimento de suas
relações sociais. A educação ambiental, como tantas outras áreas de
conhecimento, pode assumir assim, "uma parte ativa de um processo
intelectual, constantemente a serviço da comunicação, do entendimento e da
solução dos problemas". (Vigotsky, 1991).
Segundo
os parâmetros curriculares nacionais (2001): A principal função do trabalho com
o tema Meio Ambiente é contribuir para a formação de cidadãos conscientes,
aptos a decidir e atuar na realidade socioambiental de um modo comprometido com
a vida. com o bem-estar de cada um e da sociedade local e global. Para isso é
necessário que, mais do que informações e conceitos, a escola se proponha a
trabalhar com atitudes, com formação de valores, com o ensino e aprendizagem de
procedimentos. E esse é um grande desafio para a educação. Gestos de
solidariedade, hábitos de higiene pessoal e dos diversos ambientes,
participação em pequenas negociações, são exemplos de aprendizagem que podem
ocorrer na escola.
As
instituições de ensino estão conscientizando-se a cada dia de que precisam
trabalhar a problemática ambiental, no entanto, não se tem tanta certeza de que
seja tão unânime a importância dada, pela escola, à educação ambiental. Fato
que pode-se denominar como lamentável, pois bem sabe-se que nos anos iniciais
torna-se mais fácil conscientizar as crianças sobre questões ambientais.
Trabalhar com atitudes e formação de valores é o caminho mais adequado para se
formar cidadãos responsáveis e comprometidos com a preservação do meio
ambiente.
Para
as crianças pequenas, especialmente na educação infantil, os pais e os
professores agem como pontes entre o que a sociedade entende como verdadeiro e
valioso e o que as crianças percebem em seu ambiente. Os professores aos
ministrarem esse tema poderão auxiliar as crianças a organizar as ideias
proporcionando a elas o acesso a palavras que fazem parte do vocabulário
científico, ensinando-lhes conceitos, ampliando também o raciocínio para a
compreensão de determinados fenômenos. (HARLAN E RIVKIN, 2000).
Em
sala de aula é preciso contextualizar a realidade do aluno com a realidade do
meio ambiente em que estamos inseridos, como dizia Freire (1987), assim
levando-o a perceber que o problema ambiental está mais perto de todos, do que
se imagina.
Os PCN's
propõem ações pedagógicas significativas para trabalhar a temática, meio
ambiente.
O
desenvolvimento de uma proposta com o tema meio ambiente exige clareza sobre as
prioridades a serem eleitas. Para tanto é necessário levar em conta o contexto
social, econômico, cultural e ambiental no qual se insere a escola [...] Também
os elementos da cultura local, sua história e seus costumes irão determinar
diferenças no trabalho com o tema meio ambiente (BRASIL, 2001, p.74).
Num
artigo publicado na revista Sustentabilidade, Walter Gonçalves de Souza diz
que:
Iniciar a formação de uma
mentalidade sustentável e fornecer os conhecimentos necessários para isso deve
se iniciar desde a mais tenra infância e assim que as crianças consigam
compreender os conceitos básicos existentes por trás deste tema
importantíssimo. Isso permitirá que num futuro próximo essas crianças se
transformem em multiplicadores e em um tempo mais distante, em adultos
conscientes e competentes para buscar métodos e modelos de vida que garantam a
sustentabilidade de suas casas, de suas cidades. Exercendo seu poder de pressão
e de decisão sobre as empresas e a sociedade em que vivem. (SOUZA, 2008).
Em
Abril de 1999, com a lei nº 9795/99, é que veio o reconhecimento da importância
da educação ambiental, reconhecida e oficializada como área essencial e
permanente em todo processo educacional. Essa lei surgiu embasada no artigo 225
inciso VI da Constituição Federal de 1988. Segundo essa lei a Educação
Ambiental tem que ser trabalhada dentro e fora da escola, mas não deve ser uma
disciplina, porque perde o seu caráter interdisciplinar.
Nos Parâmetros
Curriculares (BRASIL, 2001), compreendemos que para trabalhar a educação
ambiental nas escolas não é necessário que os professores saibam tudo, mas se
disponibilizar em aprender o assunto, podendo, assim, transmitir para os alunos
a noção do tema a ser trabalhado. Os (PCN’s) afirmam ainda, ser a
interdisciplinaridade essencial ao desenvolvimento de temas ligados ao Meio
Ambiente, sendo necessário desfragmentar os conteúdos e reunir as informações
dentro de um mesmo contexto, nas várias disciplinas. Um dos modos de se
trabalhar a interdisciplinaridade são os projetos de Educação Ambiental, que
podem e devem ser desenvolvidos nas escolas a fim de fomentar a criatividade e
o raciocínio dos alunos, através de atividades dinâmicas e participativas,
unindo teoria à prática.
Para Guimarães
(2005), é pela gravidade da situação ambiental em todo o mundo, que se tornou
necessário a implantação da Educação Ambiental para as novas gerações em idade
de formação de valores e atitudes, como também para a população em geral, pela
emergência da situação em que nos encontramos.
É nesta
perspectiva, que o autor afirma que:
A
Educação Ambiental vem sendo considerada interdisciplinar, orientado para a resolução
de problemas locais. É participativa, comunitária, criativa e valoriza a ação.
É transformadora de valores e atitudes através da construção de novos hábitos e
conhecimentos, conscientizadora para as relações integradas ser humano,
sociedade, natureza objetivando o equilíbrio local e global, melhorando a
qualidade de todos os níveis de vida. (GUIMARÃES, 2005, p.17).
Destarte,
fica evidente a importância da elaboração de projetos de intervenção,
pesquisas, leituras, voltados para essa temática.
Na
conferência da ONU realizada no Rio de Janeiro (Rio - 92), foi criado um termo
denominado "Analfabetismo Ambiental" que designa a situação da
população mundial. No entanto, é possível evitar que esse
"Analfabetismo" acometa as gerações futuras.
De
acordo com Dias (1994, p. XVII):
Através da Educação
Ambiental podemos perceber que existem formas mais inteligentes de se lidar com
o ambiente, integrando-se com ele através do desenvolvimento sustentável e que
[...] a atual crise ambiental mostra apenas sintomas de uma crise mais
profunda: a falta de ética e do respeito aos valores. Podemos também, através
da educação ambiental, apreciar mais cuidadosamente a fascinante diversidade do
mundo vivo, que a natureza preparou durante milhões de anos e a fascinante
experiências de sermos parte dela.
A
defesa do meio ambiente depende da população como um todo. Os impactos
ambientais evoluem assustadoramente e para reverter esses danos causados ao
meio ambiente, faz-se necessário a adesão de práticas de reciclagem e tomada de
consciência coletiva acerca da necessidade de cuidar da qualidade de vida das
futuras gerações.
Para
que isso ocorra de forma eficaz, é imprescindível que o professor antes de
tudo, conheça seu aluno. Pois saber que valores e noções sobre o conceito de
natureza e sociedade essa criança recebeu da família é ponto chave para que o
educador consiga intervir, e desenvolver com esse aluno práticas voltadas para
a conservação do meio ambiente e para a melhoria da qualidade de vida.
O ideal é que cada um
assuma a responsabilidade com o lugar em que vive, em todas as dimensões.
Alguém que não se preocupa em manter em boas condições de higiene e organizado
o local onde vive, trabalha ou estuda, dificilmente, estará preocupado com as
praias não serem limpas ou com a poluição do ar. Esse descaso poderá ter raízes
pouco profundas e simplistas: a pessoa não adquiriu consciência dessa sua
responsabilidade por não ter sido informada ou motivada (DOHME; DOHME, 2002, p.
18).
Assim,
aos poucos, as crianças além de compreender a importância de cuidar da natureza
e preservar o meio ambiente, também tomarão conhecimento de seu potencial de
transformação frente aos problemas socioambientais. No entanto para se alcançar
tal conhecimento, faz-se necessário haver um envolvimento prazeroso, lúdico e
criativo entre educador e educando.
O convívio escolar será
um fator determinante para a aprendizagem de valores e atitudes. Considerando a
escola como um dos ambientes mais imediatos do aluno, relação a elas se darão a
partir do próprio cotidiano da vida escolar do aluno. (PCN's, 2001).
A
escola deve oferecer um local propício e estimulante, para a criança desenvolver
uma compreensão maior do ambiente que a cerca; levá-las a ter conhecimento
acerca dos benefícios da reciclagem do lixo, aproximando-os da natureza e
consequentemente levando-os a agir de forma responsável evitando o desequilíbrio
do meio ambiente.
Neste sentido,
para Currie:
Devemos
trabalhar sempre os seguintes conceitos: a consciência pessoal visando à
responsabilidade particular para com o Meio ambiente; a observação detalhada; a
organização; a análise; a comunicação; o uso da imaginação e da criatividade; o
estabelecimento da segurança e da autonomia na aprendizagem, promovendo uma
visão integrada do mundo em que vivemos.(CURRIE, 2000, p. 36).
A
consciência ecológica é inseparável da consciência social, com base nessa
afirmativa, concluí-se que é papel iminente da escola incitar a comunidade
escolar a construir valores que lhes permitam construir o meio humano sem
destruir o meio natural. Consequentemente com a implantação desses valores, o
desmatamento será minimizado, o racionamento de água e energia será mais
consciente, e a redução na produção do lixo será visível.
Naturalmente
somos levados a compreender melhor determinados assuntos, quando vivenciamos a
prática, ou seja, o aluno que tem contato com a realidade ambiental e estuda a
mesma tanto na teoria quanto na prática, terá uma melhor reflexão acerca dos
cuidados e preservação da natureza e do meio ambiente. No entanto, a escola
deve garantir que o aluno ponha em prática os conteúdos aplicados na teoria.
Segundo Dalri
(2010) a aplicação de atividades lúdicas na sala de aula é uma intervenção que
permite o uso da temática ambiental, podendo ser executada transversal e
interdisciplinarmente, em todas as disciplinas, sendo uma ação possível e parte
integrante do fazer pedagógico cotidiano, independentemente da área, bem como
do nível de ensino, seja ele fundamental, médio ou superior.
Sabemos
que a escola exerce o papel preparatório de tornar o ser humano crítico,
mediante as atitudes errôneas para com o meio ambiente, e capaz de pensar e
agir de forma consciente. Porém, faz-se necessária também a participação da
população externa e das autoridades políticas, pois o compromisso com uma
sociedade mais justa é de todos nós.
GADOTTI (2009), ressalta ser importante que a sociedade saiba o
que cada um irá fazer para salvar o planeta, para ele, todos nós temos a
responsabilidade de lutar na transformação desse problema. O que se pode
perceber é que num pequeno gesto, cada um pode contribuir de maneira
significativa na preservação do meio ambiente, são cuidados simples mais que
podem fazer uma grande diferença para todos.
Nesta perspectiva percebe-se que a educação ambiental não deve ser
vista como responsabilidade apenas da escola, tudo deve começar dentro de casa
e se estender à comunidade externa como um todo.
Comunidade sustentável não é aquela que preocupa-se apenas em
evitar o desmatamento e cuidar da poluição das águas. Sustentabilidade é muito
mais que seguir apenas esses preceitos preestabelecidos. Concorda-se com Lobato
citado por Travassos (2004) quando diz que a Educação Ambiental nas escolas
envolve mais que reciclagem, escassez de água e preservação da fauna e flora.
Ela envolve mudança de comportamento, sensibilização, conscientização, ética e
cidadania. O reaproveitamento do lixo, por exemplo, é muito importante, pois o
lixo, em sua grande maioria, pode ser reciclado. Os cuidados com o lixo é um
exercício de cidadania.
Reciclar
significa transformar os restos descartados pelas residências, fábricas, lojas
e escritórios em matéria-prima para a fabricação de outros produtos. Não
importa se o papel está rasgado, a lata amassada ou a garrafa quebrada. Ao
final, tudo vai ser dissolvido e preparado para compor novos objetos e
embalagens. A matéria orgânica também pode ser reciclada, mas é através do processo
de compostagem que ela virará adubo orgânico”. (RODRIGUES & CAVINATO, 1997, p.58)
Separar o lixo produzido em nossas residências é uma
responsabilidade que deve ser executada por todos nós que queremos mudar a
realidade do meio ambiente em que vivemos.
Através da educação ambiental é possível mostrar aos jovens que
conservar o meio ambiente não é um luxo e sim uma necessidade de cunho urgente.
Uma característica intrínseca a essa temática chamas-se: interdisciplinaridade,
e é ela quem faz com que o aluno perceba que este tema de fato faz parte do seu
dia a dia, e veja que os problemas ambientais estão diretamente ligados à
qualidade de vida (ou à falta dela).
Corroborando com essa ideia Guimarães (2001) aponta que a postura
adequada do indivíduo diante da questão ambiental dependerá de sua
sensibilização e da interiorização de conceitos e valores que devem ser
trabalhados de forma paulatina e ininterrupta.
Professor e aluno são sujeitos interligados na construção de
conhecimento. Para Freire (1996), a educação deve ir além da transmissão de
conteúdos, proporcionando ao educando o desenvolvimento de sua criticidade, contribuindo
para o surgimento de novos conceitos e valores voltados para a reconstrução da
sociedade e do mundo, sendo necessário para isso, uma transformação na práticas
pedagógicas.
Ou seja, o ensino e aprendizagem sobre reciclagem e preservação do
meio ambiente, não deve ser algo isolado e sim articulado e adaptado a
realidade escolar em que se encontra.
Para Sauvé (1996) a Educação Ambiental (EA) é uma dimensão
integrante ao desenvolvimento das pessoas e dos grupos sociais, que consiste em
desenvolver suas relações com o ambiente. Mas além de umas simples transmissão
de conhecimentos, ela visa privilegiar a construção de saberes coletivos dentro
de uma perspectiva crítica. Ela propõe desenvolver o saber-fazer associado ao
poder-fazer, fazendo um apelo ao desenvolvimento de uma ética ambiental capas
de promover a adaptação de atitudes, de valores e de condutas, privilegiando a
aprendizagem cooperativa dentro, por e para a ação ambiental. Desta forma,
surge a necessidade de buscar maiores esclarecimentos quanto suas formas de
atuação, desencadeando na educação ambiental como uma temática transversal.
Devido à transversalidade da temática Meio Ambiente, a EA, no
ensino formal, não é responsabilidade específica de uma disciplina. Ela precisa
estar presente nos diversos conteúdos que se encontram distribuídos no
currículo, como forma de demonstrar compromisso de todas as ciências para com a
sustentabilidade ambiental. Para tanto,
se faz necessário considerar suas relações com a ética, a justiça, a equidade,
a responsabilidade, a tolerância, o diálogo, o respeito, a autoestima, a
solidariedade, entre outras. Esses valores dão a transversalidade necessária à
educação ambiental, ao relacioná-la à mudança de comportamento para a busca de
um mundo mais qualitativo para se viver (PCN, 1997).
De acordo com Gadotti (2000), para entender o futuro é preciso
revisitar o passado. À medida que entendemos e contextualizarmos a educação
tradicional brasileira que, de certa forma, auxiliou a condicionar nosso
comportamento, poderemos introduzir mudanças nos valores, ações e modo como
temos propagado a história para os nossos descendentes. Dessa forma, percebe-se
a necessidade de um aprofundamento dos estudos referentes à problemática
ambiental, no que se refere a uma nova dimensão em educação, a educação
ambiental (SANTOS, 2003).
Destarte, fica claro e evidente a importância de se fazer um
estudo retrospecto com os alunos, sobre a situação atual do planeta em
detrimento com a situação do mesmo no passado. Expondo essa realidade, fica
mais fácil de incutir nos alunos valores morais e éticos, levando-os a fazer a
diferença em um futuro próximo.
Tomando-se como
referência o fato de a maior parte da população brasileira viver em cidades,
observa-se uma crescente degradação das condições de vida, refletindo uma crise
ambiental. Isto remete a uma necessária reflexão sobre os desafios de mudar as
formas de pensar e agir em torno da questão ambiental numa perspectiva
contemporânea (GODINHO, 2009). A grande concentração populacional nas cidades,
o emprego de tecnologias, a exploração intensa dos recursos naturais, o lixo,
tudo isso gera varias consequências para a humanidade (BRASIL, 2000).
Entende-se, portanto, que a educação ambiental é a condição necessária para
modificar um quadro de crescente degradação socioambiental, mas, ela ainda não
é suficiente, o que se converte em mais um instrumento no auxílio da formação
do ser humano para que assim possa compreender a atual realidade e formar
conceitos valorizando a preservação ambiental (GODINHO, 2009).
O enorme
crescimento científico e tecnológico dos últimos tempos trouxe consigo não só
benefícios para a humanidade, como também uma devastação jamais vista para o
meio ambiente, haja vista que o mesmo passou a enfrentar uma acelerada agressão
em decorrência da exploração indiscriminada dos recursos naturais, bem como a
emissão de poluentes que são lançados na atmosfera e rios (EFFTING, 2007). A
introdução de atividades lúdicas distanciadas do que diz respeito a sociedade
tecnológico, pode auxiliar de forma positiva na introdução dos conceitos de
preservação do meio ambiente.
Como bem sugere
Sato (2004, p. 29), o uso de jogos, atividades fora da sala de aula, produções
de materiais pedagógicos, possibilita “trazer para a sala de aula situações
reais que muitas vezes são impossíveis de serem vivenciadas”.
Outra proposta
eficaz, é levar os alunos a terem contato com o meio ambiente, como por
exemplo, uma aula-passeio em lugares que tenham haver com a realidade da EA. Pois
é de suma importância incitar o aluno a tomar conhecimento sobre a realidade do
meio em que vive, possibilitar de forma positiva sua interação com a comunidade
externa da qual ele faz parte, e junto a ele problematizar os problemas
possivelmente encontrados e tentar formular soluções para os mesmos. Como
enfatiza Freinet (1974, p. 49), “a criança tem necessidade de andar e saltar
(...) porque a criança tem necessidade de agir, criar e trabalhar, isto é,
empregar a sua atividade numa tarefa individual ou socialmente útil”.
Tal proposta
pode ser adaptada também para o ambiente familiar. Orientando os pais a levarem
seus filhos para passeios ecológicos é uma boa pedida.
Pereira (2009),
em trabalho relacionado às contribuições pedagógicas das aulas-passeio,
constata que:
(...)
a aula-passeio proposta pela Pedagogia Freinet apresenta na prática resultados
relevantes aos objetivos da Educação Ambiental, contribuindo na formação
pessoal e social do aluno, contemplando o conjunto de bens intelectuais e
morais fundamentais para a formação do cidadão, capaz de ser membro produtivo
da sociedade. (p. 150).
Enfim, é de conhecimento mundial
que várias tentativas vêm sendo feitas para tentar solucionar os problemas
ambientais, no entanto para que aja uma verdadeira eficácia na busca por essas
resoluções é preciso organizar ações educativas direcionadas, e organizar o
comportamento social dos alunos, para enfim, tentar solucionar os problemas
pertinentes ao meio ambiente e estigmatizar de vez (ou ao menos 50%), o
desmatamento, poluição e uso indevido do lixo.
Soluções estas que inicialmente
devem iniciar no âmbito escolar e continuar na escola, pois é na escola onde
passam os futuros cidadãos.
Como afirma Veiga (1992) a
prática pedagógica é também considerada uma prática social orientada por
objetivos, finalidades e conhecimentos e inserida no contexto da prática
social. A prática pedagógica é uma dimensão da prática social. Portanto, para
desenvolver a participação dos alunos nesta atividade é considerado por muitos
professores um desafio, pois o exercício da aprendizagem constante, do saber
falar, ouvir, propor, contrariar e complementar requer uma disponibilidade
individual de superação, diante das deficiências e dificuldades.
Frente a essas afirmações e
teorias, concluí-se que é preciso haver urgentemente uma revisão das grades
curriculares e implementação imediata da educação ambiental nas escolas
públicas e particulares. Salvar o nosso planeta só depende de nós.